Bahia, 22 de Maio de 2025
Por: Ascom | Sistema Faeb/Senar
22/05/2025 - 05:46:23

As Federações da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) e das Empresas de Transportes da Bahia e Sergipe (Fetrabase) encaminharam, nesta terça-feira (20), um ofício conjunto ao Ministro dos Transportes, Renan Filho. O documento solicita máxima celeridade nas obras de recuperação da ponte sobre o rio Jequitinhonha, diante da interdição total da via, localizada no km 661 da BR-101, região do município de Itapebi/BA.

O presidente da Faeb, Humberto Miranda, destaca que a ponte é estratégica para o tráfego de mercadorias, suprimentos e produção agropecuária, impactando diretamente as cadeias produtivas e o abastecimento regional. “A ponte atende a uma demanda de cerca de 70 municípios da região. Então, a falta de um canal efetivo de escoamento dos produtos é muito prejudicial para os produtores rurais. São mais de 2 milhões de pessoas na região, que é um importante polo agrícola e industrial, com produção significativa de cacau, café, leite, pecuária de corte, mamão, banana, pescados e mariscos, e precisa ser atendido”, afirmou Miranda.

Interdição da ponte sobre Rio Jequitinhonha

De acordo com o documento encaminhado ao ministro, a ponte já havia sido parcialmente interditada em 29 de janeiro deste ano, quando o tráfego de veículos de carga com peso superior a 3,5 toneladas foi restringido. Na ocasião, a limitação de utilização da via já havia acontecido por conta das condições estruturais precárias da ponte. Naquele mesmo mês, as entidades já haviam solicitado providências ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Em 5 de maio, o tráfego na ponte foi completamente suspenso, por conta de riscos estruturais críticos identificados pelo DNIT, que passou a realizar inspeções e ensaios técnicos com prazo inicial de 15 dias, podendo ser prorrogado. O departamento listou rotas alternativas, que incluem estradas como a via da Veracel, agora liberada para veículos de carga. No entanto, as chuvas intensas na região têm deteriorado a via, prejudicando, sobretudo o tráfego de veículos de carga e de transporte coletivo de passageiros.

Impactos para a economia regional

As federações alertam que o desvio principal passa por uma estrada rural com 75 km de extensão, sendo 53 km não pavimentados e com trechos acidentados, dificultando o trânsito de caminhões de carga e ônibus. Portanto, as federações apontam que a via não está preparada para o fluxo de veículos pesados, nem mesmo para o aumento do tráfego de veículos menores.

Indústria, turismo e acesso a serviços essenciais são afetados

O ofício encaminhado ao Ministério dos Transportes também enfatiza os riscos para prejuízos no setor industrial. Além da agroindústria na região, o presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, destaca que o transporte de móveis, papel e celulose e frigoríficos também sofre com os reflexos da interdição. “Vale lembrar que a região Sul concentra grande parte da produção de papel e celulose nacional e responde pelo fornecimento de produtos de consumo do dia a dia, como é o caso dos frigoríficos e outros. Infraestrutura é fundamental para assegurar a competitividade da produção da Bahia”, afirma o dirigente.

O documento também destaca que cidades turísticas como Porto Seguro e Arraial d’Ajuda têm registrado queda no fluxo de visitantes devido à dificuldade de acesso, impactando hotéis, restaurantes e comércios locais. Além dos impactos econômicos, a situação também dificulta o acesso da população a serviços essenciais, como saúde, educação e trabalho, aumentando o tempo de deslocamento e prejudicando a qualidade de vida.

Volume de tráfego reforça urgência de solução

De acordo com o ofício, dados do Plano Nacional de Contagem de Tráfego (PNCT) de 2023, indicam que o trecho da ponte possui um Volume Médio Diário Anual (VMDa) de 3.233 veículos/dia, somando 96.990 veículos por mês. Esse volume corresponde ao trecho da BR-101 entre os entroncamentos com a BA-275 entre os municípios de Itapebi e Itagimirim.

Setor de transportes enfrenta aumento de custos e riscos operacionais

Segundo a Fetrabase, a interdição da ponte já tem causado transtornos para o setor de transporte rodoviário de cargas e passageiros. Como resultado, a logística torna-se mais cara, mais lenta e mais arriscada, afetando desde o abastecimento de mercadorias até o deslocamento de pessoas por linhas intermunicipais e interestaduais.

“A interdição total da ponte sobre o rio Jequitinhonha tem provocado um colapso logístico na região. Ônibus e caminhões precisam percorrer desvios longos e precários, causando aumentos expressivos de custos operacionais, aumento significativo do tempo das viagens, atrasos nas entregas e riscos adicionais para motoristas e passageiros. Precisamos de respostas rápidas e urgentes para evitar prejuízos ainda maiores”, afirmou o presidente da Fetrabase, Décio Barros.

Federações pedem celeridade na recuperação da ponte

Diante da situação crítica, Faeb, Fieb, Fecomércio-BA e Fetrabase reforçam a gravidade dos impactos causados pela interdição, que afeta amplamente a mobilidade, a economia e o cotidiano de milhões de baianos, e solicitam a intervenção direta e imediata do Ministério dos Transportes, para que sejam adotadas providências urgentes e eficazes para dar máxima celeridade na execução das obras de recuperação da ponte e ao restabelecimento do tráfego regular na BR-101/BA.

Veja + Notícias/Geral