Bahia, 30 de Abril de 2025
Por: otempo.com
30/04/2025 - 08:03:35

O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, sinalizou nesta terça-feira (29) a intenção da superfederação entre PP e União Brasil de deixar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com quatro ministérios, a aliança entre as duas siglas foi lançada oficialmente nesta terça-feira (29) com um discurso de oposição. 

ACM Neto afirmou que que há um “sentimento crescente” de integrantes do partido e do PP de deixarem a base governista e que a entrega de ministérios deve ser discutida em breve.  

“Nos próximos meses, ainda em 2025, nós vamos abrir essa discussão, há um sentimento crescente de deputados e senadores dos dois partidos de que se possa desvincular inteiramente a federação de participação no governo. E eu, particularmente, vou trabalhar nessa direção”, disse em entrevista à GloboNews. 

A criação da União Progressista terá o título de maior bancada da Câmara, com 109 parlamentares. Atualmente, a liderança é do PL, que conta com 92 deputados. No Senado, a nova aliança colocará a federação em pé de igualdade com PL e PSD, cada um com 12 senadores. Além disso, os dois partidos, agora juntos, têm o maior número de prefeituras no Brasil, com 1.336 prefeitos, e seis governadores. 

Segundo o ex-prefeito de Salvador (BA), o objetivo é construir uma candidatura do centro à direita em 2026. Ele afirmou que isso vem sendo discutido com o presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), e que os dois partidos devem articular um candidato próprio para disputar a presidência da República no ano que vem.   

“A gente não está criando hoje uma federação pra ficar barganhando cargo, puxando mais um espaçozinho no governo, não. A gente está criando uma federação pra que ela seja a ponta de lança [e] a base fundamental da construção de um projeto vitorioso em 2026”, disse. 

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), já se lançou como pré-candidato às eleições de 2026 e vem percorrendo o país. Ele teria recebido a promessa de apoio da federação caso atinja pelo menos 10% de intenção de voto nas pesquisas em março de 2026. 

Mas a intenção de deixar o governo Lula pode enfrentar resistência de uma ala do União Brasil que é simpática ao presidente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por exemplo, articulou recentemente a manutenção do Ministério das Comunicações sob o comando do partido após a saída de Juscelino Filho, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Em discurso durante o lançamento da aliança, nesta terça-feira, a senadora Tereza Cristina (MS), líder do PP no Senado e ex-ministra no governo de Jair Bolsonaro (PL), defendeu a candidatura própria e afirmou que “o Brasil não pode continuar como está”. 

Inicialmente, havia um acordo para que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) assumisse o comando da federação. Mas o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, quer alterar o arranjo para que ele próprio ocupe o cargo no início. Até esse imbróglio ser resolvido, dirigentes explicam que Rueda e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP), vão comandar juntos. 

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