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SAÚDE

Municípios terão apenas um ano para a desativação dos lixões a céu aberto, prefeitos estão encurralados
O Ministério Público poderá processar os prefeitos por improbidade administrativa, caso não desativem os lixões. Se isso ocorrer, todos poderão ficar inelegíveis.
Por: Jackson Domiciano com Correio Brasiliense
31/07/2013 - 17:29:51

 Nesta quinta-feira, 02 de agosto de 2013, inicia a contagem regressiva de um ano, para que todos os lixões a céu aberto do país sejam desativados. Mas, se depender de muitos prefeitos brasileiros, catadores continuarão se misturando com urubus à beira da degradação humana.

 Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) anunciou dias atrás que vai negociar com o Congresso e com o governo federal a prorrogação do prazo para que os municípios troquem os lixões por aterros sanitários ambientalmente corretos. Para muitos prefeitos, “é impossível que grande parte das cidades cumpra a lei. Muitos já buscaram o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado para que seja alterada a lei que criou a PNRS. “Queremos prazos distintos de acordo com a realidade de cada cidade”, reivindicam os gestores.

O Ministério Público poderá processar os prefeitos por improbidade administrativa, caso não desativem os lixões. Se isso ocorrer, todos poderão ficar inelegíveis.

Novos prazos

 O Ministério do Meio Ambiente estima que apenas 20% dos 5.565 municípios brasileiros concluíram os projetos ou solicitaram verbas para sua elaboração até 2 de agosto de 2012, quando expirou o prazo legal para esta etapa do processo.

 

Lixões no Brasil (por região)

                          Municípios                   Municípios com lixões

 

Brasil                         5.565                            2.810    (50,5%)

Nordeste                   1.794                            1.598    (89,1%)

Norte                            449                               380    (84,6%)

Centro-Oeste               466                               339    (72,7%)

Sudeste                     1.668                               311    (18,4%)

Sul                             1.188                               182    (15,3%)

 

Fonte: Ipea

O que diz a lei

 

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) passou duas décadas em tramitação no Congresso até virar lei em 2010. Um dos principais objetivos é fazer com que o Brasil atinja o índice de reciclagem de resíduos de 20% até 2015, que é uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

A política do lixo tem horizonte de 20 anos e será atualizada a cada quatro anos. Uma das principais novidades da PNRS é a logística reversa, que determina a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, fornecedores, comerciantes e consumidores de produtos para garantir que os resíduos sejam descartados de forma ambientalmente correta.

A lei também institui programas de coleta seletiva, educação ambiental e inclusão dos catadores de material reciclável em todos os municípios.

Também exige padrões sustentáveis de produção e de consumo, e reciclagem de resíduos. O ponto mais polêmico é, sem dúvidas, a exigência para que estados e municípios desativem todos os lixões e instalem aterros sanitários até 2 de agosto de 2014. A lei admite que os municípios formem consórcios para a gestão dos resíduos sólidos. Segundo o texto, o prefeito que não cumprir o prazo pode ser processado por improbidade administrativa. As cidades tiveram dois anos para se adequar à política nacional, mas a maioria sequer elaborou o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que é a primeira etapa do processo.

 

Matéria originalmente publicada pelo Correio Brasiliense

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