Bahia, 25 de Abril de 2024
Por: valor.globo
01/12/2019 - 08:57:01

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central assinaram nesta quinta-feira um acordo para promover ações conjuntas de educação financeira. O presidente da Febraban, Murilo Portugal, anunciou que o acordo já terá uma ação concreta a partir do início de dezembro.
“Vamos realizar mutirões para renegociação de dívida e vamos começar imediatamente um megamutirão envolvendo todas as 27 capitais de Estado e o Distrito Federal”, disse. Segundo Portugal, entre os dias 2 e 6 de dezembro, 261 agências vão ficar abertas até as 20h.

Os interessados poderão renegociar dívidas em atraso e receber orientações de educação financeira. “O acordo começa já, com uma implementação concreta. Queremos facilitar o crédito responsável em bases sólidas, em bases permanentes.”

O presidente da Febraban também afirmou que o acordo prevê o lançamento de uma plataforma de educação financeira. “Além de trazer conteúdos, vai medir a saúde financeira das pessoas que desejarem participar. O plano prevê prêmio para incentivar ações de educação financeira.”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a importância da educação financeira para que os brasileiros possam “tomar decisões mais adequadas quanto a sua vida financeira e buscar um futuro melhor e a realização dos sonhos”.

O chefe da autoridade monetária destacou o grande alcance dos bancos, que contam com uma ampla rede de agências. “Instituições financeiras, com sua capilaridade, podem alcançar um público vasto, 144 milhões de brasileiros que usam serviços financeiros”, disse. “A assinatura de acordo é passo natural” dentro da agenda BC#, considerou Campos.

O acordo prevê intercâmbio de informações, apoio técnico para realização de eventos e a implementação de ações coordenadas para aumentar o alcance da educação financeira.

De acordo com o presidente do BC, além do mutirão para renegociação de dívidas nas agências bancárias, com horário estendido, e do lançamento da plataforma online de educação financeira, haverá um concurso de iniciativas de educação financeira para fomentar ações de amplo alcance. “E seguiremos estudando medidas na semana de educação financeira, a Enef, que será realizada em maio de 2020.” 

O BC e a Febraban também vão “estudar benefícios financeiros diretos e indiretos para fomentar o acesso a essa plataforma” de educação financeira.

A plataforma online, ressaltou Campos, “ofertará ações de educação financeira com base no índice de saúde financeira e interesses específicos”, como renegociação de dívidas e planejamento do orçamento doméstico. “Queremos promover a formação de poupança, planejamento financeiro e uso responsável dos serviços financeiros, além de fomentar a participação da sociedade”.

Renegociação

Os bancos terão liberdade para definir as condições que vão oferecer no mutirão de renegociação de dívidas que será realizado na primeira semana de dezembro, afirmou o diretor de autorregulação e relações com clientes da Febraban, Amaury Oliva.
Participarão da iniciativa os cinco maiores bancos do país – Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil – e também o Banrisul.

“Cada um tem suas ofertas, que vão desde parcelamento a descontos e troca por dívida mais vantajosa para os clientes”, disse Oliva. “Há compromisso dos bancos em oferecer propostas melhores.”

Além de buscar as agências que funcionarão em horário estendido, os clientes poderão renegociar dívidas por meio dos canais digitais dos bancos. Para concluir o processo, as pessoas terão de assistir a um vídeo e receberão um folder com dicas de educação financeira.

BC e Febraban não deram uma estimativa de quantas pessoas podem aderir ao mutirão e qual o volume de dívidas que pode ser renegociado.

O chefe do Departamento de Promoção e Cidadania Financeira do BC, Luiz Gustavo Mansur, disse esperar que as medidas previstas no acordo tenham efeito positivo sobre o custo do crédito. “Vai aumentar o nível de educação financeira da população e isso acaba impactando no custo do crédito”, afirmou.

Segundo Mansur, o BC e os bancos entenderam que era importante estimular medidas de educação financeira, mas não há nenhum fator conjuntural que tenha levado à assinatura do acordo neste momento. “É uma ação permanente, não uma questão conjuntural.”

 

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