Familiares do produtor rural desaparecido, Raimundo Domingos Santos, amarrado e sequestrado, na manhã de sábado, 09, na Fazenda Brasília, região do Monte Pascoal, estiveram no fim da tarde desta segunda-feira, 11, na 7ª CIPM, em Eunápolis, onde mantiveram reunião com o comandante, major Kléber Santos, detalhando os fatos.
Quatro familiares, duas filhas, um irmão e um sobrinho, além de uma amigo de Raimundo cobraram justiça, e denunciaram que a Polícia Federal esteve apenas em algumas casas, na localidade do sequestro. Prometeram procurar o Ministério Público Federal para prestarem queixa, na manhã desta terça-feira.
Um homem de nome, Manoel Messias Cardoso, amigo do produtor desaparecido, contou detalhes do sequestro. Disse que por volta das 08 horas, de sábado, 09, quando se encontrava conversando com Raimundo, a respeito de alguns animais desaparecidos, do lado de fora de um veículo Saveiro, na Fazenda Brasília, foram abordados com três índios armados de carabinas e outras armas, que pegaram Raimundo e o amarraram com as mãos para trás.
Questionado sobre as razões de não ter sido levado junto com Raimundo, alegou que os índios, cerca de trinta, também armados, o deixaram fugir. “Eles não mexeram comigo”. Em seguida, disse que telefonou para um amigo contando o fato, que este ligou para o cacique Alfredo, que alegou se encontrar na pista (BR 101) e não podia fazer nada.
Questionado sobre o envolvimento de Raimundo em alguma questão com os índios, Manoel Messias, disse que Raimundo tinha uma questão a respeito de uns tiros em um carro da Funai. Tanto o carro Saveiro como a produtor estão desaparecidos. A região é muito grande e de difícil acesso para se fazer buscas. O assunto ganha força na mídia nacional, e provoca revolta nos fazendeiros, que pretendem fechar a rodovia BR 101, caso o crime não seja esclarecido. O Governo Federal fecha os olhos para esta situação conflituosa que mete medo e causa perplexidade a todos.
As filhas de Raimundo, Núbia Alves Santos e Diana Alves Santos, choram em busca do pai. Estão desoladas e procuram a Justiça, tem batido em todas as portas, mas o assunto é delicado, a Polícia Militar não pode intervir diretamente, assim como a Polícia Civil. Enquanto isso, o produtor continua sumido. “Os índios dizem que não sabem de nada e que não pegaram o meu pai. Mas na região, outros fatos graves já acontecerem. Índios apontando armas para as pessoas e fazendo muita coisa ruim naquela região. Nós só queremos Justiça”, desabafou Núbia Alves.