Bahia, 25 de Abril de 2024
Por: Jackson Domiciano
26/07/2016 - 08:27:08

Na tarde de segunda-feira, 25, quando os corpos de dois jovens ainda estavam sendo velados em Eunápolis, vítimas de duas brutais execuções, a coordenadora da 23ª Coorpin, Valeria Fonseca concedeu entrevista ao site agazetabahia.com e fez várias abordagens sobre violência urbana que toma conta da cidade de Eunápolis, colocando em estado de alerta toda sociedade.

Questionada sobre as 71 mortes ocorridas de janeiro até agora, ela explicou que esses assassinatos deve-se a uma guerra que está acontecendo para o domínio do tráfico na cidade, travada entre as facções PCE - Primeiro Comando de Eunápolis e a MPA - Marcado do Povo Atitude. Disse que 90% das mortes são ocasionadas pela disputa de territórios entre os traficantes.
Perguntada quais as razões de não prender os cabeças do tráfico, ela falou que esses criminosos de cada comando já estão identificados, através das ações conjuntas das Polícias Militar e Civil o do setor de Operações de Inteligência com o apoio do Depin. Foi mais adiante e ressaltou que várias prisões já foram decretadas. Disse ainda, que muitos menores estão matando.
"Embora haja um trabalho intenso por parte do Judiciário, do MP, das Polícias Especializadas - CIPE, Rondesp, e o CATI Depin, observa-se que a maioria das ordens para matar vem de dentro do Presídio. Lembramos que os homicídios têm como motivação principal o tráfico de drogas, onde impera a lei do silêncio. A população precisa ajudar a polícia. As comunidades devem auxiliar, mesmo que de forma não identificada através dos telefones 197 e 3281-0197. Não é possível os crimes acontecerem e ninguém ver nada, e não dar nenhuma informação", enfatizou a coordenadora.
Poucas horas após os enterros, na segunda à tarde, dos dois jovens executados sumariamente no domingo à noite, no bairro Juca Rosa, outro jovem era assassinado dentro de uma igreja evangélica no bairro do Gusmão. 
Grande é o clamor dos pais, que estão vendo seus filhos morrerem, vítimas dos traficantes e das facções criminosas que determinam quantos devem morrer por dia na cidade de Eunápolis. Enquanto mais de 72 assassinatos, a maioria meninos, são executados na frente das pessoas, o silêncio impera entre seus representantes.

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