Bahia, 29 de Março de 2024
DESASTRE ECOLÓGICO

Inema diz que está monitorando a lama tóxica. No entanto, não existem informações do órgão sobre a balneabilidade das praias no extremo sul da Bahia
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), diz que a lama tóxica não deve chegar às praias de Itacaré. É muito óbvio que o local onde o Rio Doce desemboca, na costa do município de Linhares, no Espírito Santos, até Itacaré, existe uma distância de 700 quilômetros.
Por: Jackson Domiciano
25/11/2015 - 17:14:56

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), diz que a lama tóxica não deve chegar às praias de Itacaré.  É muito óbvio que o local onde o Rio Doce desemboca, na costa do município de Linhares, no Espírito Santos, até Itacaré, existe uma distância de 700 quilômetros. O que é diferente da distância entre Linhares para o município de Mucuri que é de apenas 203 quilômetros.  Ficou confusa a explicação do Inema, postada em seu site nesta terça-feira.

A editoria do agazetabahia.com conversou com técnicos ligados ao meio ambiente na manhã desta quarta-feira, 25. Ficou muito claro que muito difícil mensurar até onde o desastre vai atingir, e se chegará ao litoral da Costa das Baleias e da Costa do Descobrimento. A contaminação pode sim, chegar às águas do extremo sul, por conta das correntes marinhas. Mesmo que aos olhos nus, as águas parecem límpidas, somente através de avaliações da qualidade dessas águas, se obterá resultados se as águas estarão adequadas ao banho.

Quanto às avaliações da qualidade da água, e a verificação dos índices de balneabilidade, o Inema estará atuando caso haja ocorrências, fatos que deverão ser denunciados pela sociedade civil, ONGs e setores ligados ao meio ambiente.

Diz ainda a Nota do Inema, que onda de lama de rejeitos minerais que se formou após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, e que chegou ao litoral do Espírito Santo, tem chance praticamente nula de chegar à Bahia.

“A distância entre o estuário (ambiente aquático onde acontece a mistura entre o rio e o mar) do Rio Doce e estes outros locais é enorme, demoraria muito a chegar aqui, levando em consideração a dinâmica do mar.  A tendência das correntes, nesta época do ano, é ir para o sul, e a Bahia está ao norte da foz do Rio Doce”, explicou.

A avaliação é que é extremamente remota a possibilidade da lama chegar ao litoral sul da Bahia, principalmente nas praias de Itacaré, Alcobaça e Abrolhos. “Devem ser consideradas todas as condições climáticas da região, no deslocamento da lama.  Na ocorrência de chuvas é natural que apareçam manchas marrons no mar, o que pode levar as pessoas fazerem confusão com os rejeitos de minério”.

O Inema, através de sua equipe técnica, está monitorando a região e acompanhando as ações dos órgãos federais competentes, uma vez que o Parque Nacional Marinho de Abrolhos é de controle da União.

Veja + Notícias/Geral